Na Era da Troca de Mercadorias Iniciava-se assim o processo primitivo de divisão do trabalho e especialização. Enquanto uns se dedicavam à caça, outros se dedicavam à produção de tubérculos, outros ainda se especializavam no plantio de grãos e assim por diante. Com o passar do tempo, a evolução da sociedade impõe a necessidade de se facilitar as trocas. Os indivíduos, passaram a eleger um único produto como referencial de trocas: uma mercadoria que tivesse algum valor e que fosse aceita por todos. Para que isso ocorresse a mercadoria eleita como moeda deveria atender a uma necessidade comum e ser rara o bastante para que tivesse valor. (Era da Mercadoria – Moeda). A grande vantagem que ele apresentava era que, enquanto os indivíduos o guardavam como uma poupança, essa “moeda” aumentava por meio da reprodução, ou seja, “rendia juros”. Mas, por outro lado, essa mesma “moeda” apresentava uma grande desvantagem, como dividir um boi para comprar arroz, feijão, cebola, sal, etc. Em suma, o gado não podia ser dividido em trocados. Muitas dificuldades ainda persistem, ressaltando a necessidade de se encontrar uma forma mais simples que facilitassem as transacções comerciais. É quando então passamos para a Era da Moeda Metálica. De maneira geral, pode-se dizer que os metais foram as mercadorias cujas características essenciais mais se aproximavam das características que se exigem dos instrumentos monetários. Inicialmente, os metais empregados como instrumentos monetários foram o cobre, o bronze e, em especial, o ferro. Com o passar do tempo, entretanto, esses metais foram deixados de lado, pois não serviam como reserva de valor. Existência em abundância desses metais, associada a descoberta de novas jazidas e ao aperfeiçoamento do processo industrial de fundição fez com que tais metais perdessem gradativamente seu valor. Por essas razões é que os metais chamados não nobres forma pouco a pouco substituídos pelos metais nobres, como ouro e prata. Estes dois metais são definidos como metais monetários por excelência, uma vez que suas características se ajustam adequadamente às características que a moeda deve ter. As moedas metálicas permitiam ainda às pessoas guardá-las esperando a melhor oportunidade para trocá-las por algumas mercadorias. Isto era possível pois, tanto o ouro como a prata eram metais suficientemente escassos, e a descoberta de novas jazidas não chegava a afectar o volume que se encontrava em circulação. Este aspecto fazia com que estas moedas mantivessem estável o seu valor ao longo do tempo. Apesar das grandes vantagens apresentadas pela moeda metálica, existia, à época, um inconveniente: o transporte a longas distâncias, em função do peso das moedas e dos riscos de assalto a que estavam sujeitos os comerciantes durante suas viagens. Para contornar este problema, especialmente após o século XIV, com o crescimento dos fluxos comerciais da Europa, iniciou-se a difusão de um instrumento monetário mais flexível: a moeda - papel. A moeda - papel veio eliminar, as dificuldades que os comerciantes enfrentavam nos seus deslocamentos pelas regiões europeias, facilitando a efectivação das suas operações comerciais e de crédito, especialmente entre as cidades italianas e a região de Flandres. A sua origem está na solução encontrada para que os comerciantes pudessem realizar os seus empreendimentos comerciais. Ao invés de partirem carregados com a moeda metálica, levavam apenas um pedaço de papel denominado de Certificado de Depósito, que era emitido por instituições conhecidas como Casas de Custódia, e onde os comerciantes depositavam as suas moedas metálicas, ou qualquer outros valores, sob a garantia. No seu destino, os comerciantes recorriam às casas de custódias locais, onde trocavam o certificado de depósitos por moedas metálicas. O seu uso acabou por generalizar de tal forma que os comerciantes passaram a transferir os direitos dos certificados de depósitos directamente aos comerciantes locais, fazendo com que esses certificados tomassem o lugar das moedas metálicas. Estava assim criada a nova moeda, 100% lastrada e com a garantia de plena conversibilidade, a qualquer momento, pelo seu detentor, e que tornou-se, ao longo do tempo, no meio preferencial de troca e de reserva de valor.
Sociedade, Tecnologia e Ciência
UC4 - Relações económicas
Áreas do Saber: Economia, Contabilidade, Antropologia, Matemática
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